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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A vida que ninguém vê


A foto borrada da capa retrata minimamente a proposta da autora Eliane Brum, a autora relata maravilhosamente acontecimentos extraordinários e verídicos de pessoas comuns, demonstrando o quão intensas são as experiências de indivíduos considerados anônimos. "É tudo tão belo que só deixa uma constatação: a reportagem é, de fato, uma arte".


O menino do alto

[...]
É uma luta grande demais para um menino que nasceu no lado errado da cidade. Tudo o que conseguiu é pouco. Ainda são breves as escadarias. Enquanto acreditar no improvável há uma chance. Enquanto suspirar por um videogame ainda resta nele algo de menino. Por isso o povo se cala quando ele passa. Porque  é só um menino de pernas assassinadas. E sonha em construir uma ponte entre o morro onde nasceu e a planície onde precisa chegar. É só um menino de pernas mortas. E não desistiu de mudar o mundo.


Lendo o mundo

[...]
Eu achava que letra era letra. Era como uma toalha de mesa. Não tinha vida. Esses dias tava no colégio, olhei e descobri que as letras tem vida. Eu leio e elas conversam comigo, me dizem o que eu preciso. Contam coisa que eu nem imaginava. 



quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Discurso de um sonho - Cecília Meireles



Cecília Meireles


Tudo aqui é vago, irreal, misterioso: a  senhora tem olhos verdes, mas sem pupilas, como uma estátua, e é nas pupilas que fica a cor. E a linguagem antiquada reforça a impressão de se estar fora do tempo. Note os lindo efeitos que nossa grande poetisa cria: verdes (cor) verdes (verbo); a repetição da sílaba ver no fim: verdade ... nos ver.

Discurso de um sonho

Senhora de olhos verdes
e tão dourada, 
por que olhais com tal encanto
com verdes olhos de pranto
certa de não verdes nada,
pois são olhos sem pupilas
esses com que me fitais
de sibilas
penetrantes e fatais...

De mim chegastes mui perto
no alto dos noturnos muros
e entre mistérios escuros
vosso rosto descoberto
olhava com tal bondade
e melancolia
que nem sei de que verdade
em vos ver morria.






segunda-feira, 20 de agosto de 2012

revista veja 22 de agosto de 2012 - hormônio que acelera a perda de peso


Atenção: Avanço na ciência 
Publicados estudos sobre a existência e a eficácia da "Irisina" pertencente a um dos chamados circuitos hormonais paralelos, ou seja, é produzida por um órgão fora do eixo hipotálamo-hipófise, da mesma forma que a insulina, sintetizada no pâncreas, e a leptina nas células de gordura. Depois de ser liberada pelas fibras musculares, a irisina chega às células de gordura, onde estimula a produção de enzima UCPI. A célula sofre então uma alteração em sua estrutura química e, em vez de estocar a gordura, passa a queimá-la sob a forma de calor.
leia a reportagem na íntegra no exemplar disponível na biblioteca... boa leitura

Ronald de Carvalho



Ronald de Carvalho

Duas vezes premiado pela Academia, autor de dois livros clássicos, conceituado e admirado como um verdadeiro homem de letras consagrado, ágil e atrevido, adepto resistente da aventura do modernismo. Entretanto, a linha aristocrática do espírito de Ronald surge quando o movimento modernista se fragmenta em grupos primitivistas e nacionalistas, diante das tendências extremas dos modernistas manteve-se indiferente à convocação de novos núcleos, ficando isolado na posição inicial, na verdade reagindo contra eles, numa atitude de contenção, dignidade e coerência.

Cheiro de terra

Há versos que são como um jardim depois da chuva:
deixam em nós a sensação de água caindo,
caindo em bolhas trêmulas da ponta das folhas,

escorrendo da péla macia das pétalas,
pingando dos galhos lavados, gota a gota,
pingando no ar...

Versos que cheiram a terra molhada,
versos que são como um jardim depois da chuva....



Brasil

Nesta hora de sol puro
palmas paradas
pedras polidas
claridades
faíscas
cintilações

 Eu ouço o canto enorme do Brasil!

(...)

(Ronald de Carvalho - Poesia e prosa)